Veja quando convulsão pode matar, como caso de Cameron Boyce

Mortes por crises convulsivas durante o sono podem ser resultado de epilepsia e ocorrem de maneira súbita e silenciosa, com arritmias ou asfixia

Foto: Reprodução/Instagram

O ator norte-americano Cameron Boyce, 20, conhecido por papéis em filmes e seriados da Disney, como “Descendentes” e “Jessie”, morreu na noite deste sábado (6) após sofrer uma convulsão enquanto dormia. De acordo com a família de Boyce, a convulsão foi o resultado de um problema médico que estava sendo tratado. A doença do ator não foi revelada.

“Casos como esse ocorrem no que chamamos de SUDEP, termo em inglês que se refere à morte súbita inexplicada em epilepsia. Existem duas possibilidades no SUDEP que a convulsão levaria à morte: a convulsão geraria uma arritmia no paciente e o coração para ou a crise pode deixar a pessoa sem respirar, morrendo então por asfixia”, explica o neurologista Fábio Porto, do HC-FMUSP (Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP).

Porto afirma que quando isso ocorre, o paciente vai dormir normalmente na noite anterior e morre dormindo, sendo encontrada sem vida no dia seguinte. Em ocorrências de SUDEP, a pessoa não se debate como em crises costumeiras.

Segundo o médico, uma morte anual a cada mil pacientes ocorre por SUDEP em pacientes portadores de epilepsia. Entre alguns dos fatores que podem estar associados a essas mortes estão a ocorrência frequente de crises convulsivas, crises que costumam ocorrer à noite e quando o paciente, mesmo fazendo o tratamento, ainda tem crises convulsivas.

Além de mortes por SUDEP, existem outras possibilidades. “Os pacientes podem morrer quando têm uma convulsão e batem a cabeça, quando caem e se cortam, por problemas cardíacos que gerem falta de sangue na região cerebral, intoxicação por remédios ou excesso de álcool, fazendo a pessoa parar de respirar”, alega o médico.

A LBE (Liga Brasileira de Epilepsia) afirma que não existe uma forma comprovada de evitar a ocorrência de uma SUDEP, mas o controle de crises convulsivas, reduzir o estresse, evitar o consumo de bebidas alcoólicas, ter o sono regulado e realizar atividades físicas podem ajudar na sua prevenção.

*Estagiária do R7, sob supervisão de Tatiana Chiari

Créditos: Giovanna Borielo, do R7*

 

Deixe uma resposta

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *