Dor, insônia, depressão e ansiedade são comuns nos idosos

Dor, cansaço, insônia, falta de ar, depressão e ansiedade são problemas comuns entre os idosos. Uma pesquisa americana revelou que metade deles costuma ter dois ou mais desses sintomas. Além de tratamento médico, adotar hábitos saudáveis é fundamental para enfrentar os males que chegam com a idade.

Créditos: Jornal da Band

Bom humor e qualidade do sono podem influenciar a memória

No Melhor da Tarde desta terça-feira, 21, o neurologista Fábio Porto explicou como o humor e a qualidade do sono podem influenciar a memória de curto prazo.

Créditos: band – Melhor da Tarde

Família de Gerson Brenner fala sobre recuperação do ator após grave pneumonia

Gerson Brenner acaba de sair de mais um período de internação, após grave quadro de pneumonia. A família recebeu a equipe do Domingo Espetacular e contou como vai a vida e o tratamento do ator que teve a carreira de sucesso interrompida por uma tragédia: ele foi baleado na cabeça durante uma tentativa de assalto, em 1998, e perdeu a fala e os movimentos do lado direito do corpo paralisado.

Créditos: R7 Domingo Espetacular

Dorme mal? Será que você tem insônia ou apenas maus hábitos de sono?

Se uma higiene do sono não for suficiente, é importante procurar a ajuda de especialistas para dormir bem e viver melhor.

Existe uma confusão grande entre sofrer de insônia e ter maus hábitos de sono. Muitas pessoas dizem ser insones por só conseguirem dormir quando já é madrugada, mas não levam em consideração o fato de dormirem pesado e acordarem depois das 10h todos os dias. Ou de serem fatos isolados, relacionados a uma preocupação na vida ou no trabalho, por exemplo.

A insônia de fato tem características marcantes: dificuldade extrema para começar a dormir, sono interrompido sem motivo aparente ao longo da noite, sono não reparador (ou seja, a pessoa já acorda cansada), cansaço e falta de concentração ao longo do dia. Não é relacionada à quantidade de horas dormidas, mas sim à má qualidade do sono e às suas consequências.

Suas causas vão desde condições físicas como a apneia obstrutiva do sono e síndrome das pernas inquietas até doenças como hipertensão, diabetes, depressão e ansiedade, e não é pouca gente que sofre da insônia real: cerca de 21% da população mundial, em algum momento da vida, tem restrição de sono com consequências graves no dia a dia. Não existem evidências científicas que explicam a razão, mas a prevalência da insônia é maior em mulheres do que em homens.

Se ocorrer pelo menos três vezes por semana ao longo de três meses, é importante procurar ajuda médica em uma clínica de sono ou em consultórios de neurologistas e otorrinolaringologistas, embora seja possível tentar resolver o problema antes de chegar a este ponto, como explicamos a seguir.

Como se cura a insônia?

Se a insônia for relacionada a alguma doença ou condição física, será curada com o tratamento de sua origem. Caso seja espontânea e detectada logo (antes dos três meses de que falamos aqui em cima), é provável que a adoção de hábitos comportamentais e de alimentação sejam suficientes para resolvê-la – é a higiene do sono, que detalharemos abaixo; passado esse período, a intervenção dos especialistas médicos é necessária.

Como fazer uma boa higiene do sono?

A higiene do sono é eficaz quando a pessoa tem maus hábitos de descanso à noite e nos casos iniciais de insônia. Recomenda-se:

– Não ver TV nem usar aparelhos eletrônicos, especialmente o celular, pelo menos uma hora antes de ir para a cama – a luz emitida por eles interfere na produção dos hormônios responsáveis pelo sono;

– Fazer uma refeição leve no máximo duas horas antes de ir dormir – é importante evitar comidas pesadas porque elas fazem o organismo atuar com vigor na digestão, o que impede o relaxamento necessário para dormir;

– Dormir em um quarto escuro, sem abajur ou qualquer luz indireta acesa – essas fontes de luminosidade também atrapalham a ação dos hormônios responsáveis pelo sono;

– Usar roupas confortáveis para dormir – tecidos leves e frescos no calor, tecidos de trama fechada e suaves no frio;

– Não ingerir bebidas com cafeína (café, chá preto, chimarrão) em um período de pelo menos 4 horas antes de se recolher para dormir – a cafeína é um dos estimulantes mais poderosos dos alimentos, deixa o organismo em estado de alerta e atrasa a sonolência;

– Não ingerir bebidas alcoólicas até duas horas antes de ir para a cama – elas até ajudam a dormir, mas atrapalham os ciclos do sono e levam a um sono não restaurador;

– Evitar sonecas durante o dia – esse mínimo de descanso pode causar dificuldades para dormir à noite;

– Tomar um banho morno meia hora antes de dormir – é relaxante e prepara o corpo para o sono;

– Ir dormir e acordar sempre no mesmo horário, inclusive aos sábados e domingos – a rotina é importante para o organismo se acostumar a dormir;

– Não tomar medicamentos sem orientação médica – tanto medicamentos para dormir, que devem ser receitados caso a caso, quanto para outras doenças, pois eles podem ter como efeito colateral a interferência no sono.

Fontes consultadas: Gustavo Mury (otorrinolaringologista e membro da equipe do sono do Hospital CEMA), Fábio Porto (neurologista do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP), Bruno Funchal (neurologista do Hospital Santa Paula) e Marcílio Delmondes Gomes (neurologista da Clínica Neurosono).

Créditos: Por Raquel Drehmer – M de Mulher

Doença de Andrés Sanchez pode causar sequelas graves e até matar

Presidente do Corinthians foi internado nesta quinta, no Hospital São Luiz, tem quadro estável e está consciente e conversando com pessoas ao redor

Antônio Cícero/Estadão Conteúdo – 26.7.2018

Corinthians acordou na manhã desta quinta-feira (7) com um susto. O presidente Andrés Sanchez foi internado no Hospital São Luiz com um quadro de encefalite viral. A inflamação no cérebro é preocupante, pode causar sequelas irreversíveis e até matar. A informação, no entanto, é de que o cartola alvinegro se recupera bem.

Essa inflamação do encéfalo é normalmente causada por um vírus, algo comum como o vírus da herpes exemplo. A doença — que por muitas vezes é comparada com a meningite — causa alterações cognitivas, de comportamento e de crises convulsivas.

Neurologista do Hospital das Clínicas, Fábio Porto explica que a inflamação que se aproveita da baixa resistência do corpo, inspira cuidados mas, se diagnosticada rapidamente, evita as temidas sequelas.

“Existe um risco de sequelas se levado em conta as lesões no cérebro e de morte nas encefalites, porém com tratamento precoce a chance de recuperação aumenta muito”, disse Porto.

Nem o hospital, nem o Corinthians dão previsão para um boletim médico. Fontes do clube, no entanto, garantem que o presidente está bem, conversando com as pessoas ao redor, em um quadro estável. O médico e diretor alvinegro, Jorge Kalil, acompanha os trabalhos.

Ainda segundo o Porto, o tratamento consiste inicialmente em doses antivirais e repouso absoluto. De acordo com o próprio Corinthians, depois da realização de exames, “a infecção viral está controlada”. Não há previsão para volta aos trabalhos.

Andrés, de 55 anos, está em sua segunda passagem como presidente do Corinthians. Em fevereiro de 2018, ele venceu Paulo Garcia, Antonio Roque Citadini, Felipe Ezabella e Romeu Tuma Júnior para o mandato de três anos.

Créditos: r7 Futebol

Distúrbios na visão, o sintoma muitas vezes ignorado da enxaqueca

Estima-se que uma em cada sete pessoas do planeta sofra de enxaqueca. No Brasil, a doença, considerada pela Organização Mundial da Saúde (OMS) a sexta mais incapacitante do mundo, afeta cerca de 15% da população, mais ou menos 31 milhões de indivíduos, com incidência maior entre as mulheres (25%).

Apesar de muita gente não saber, a enfermidade pode ter sintomas que vão além de dor de cabeça. São os distúrbios visuais, que se manifestam através de pontos luminosos ou piscantes e que ficam parados ou se movem, percepção de luz em ziguezague e visão embaçada, entre outras maneiras.

Eles fazem parte de um tipo menos comum da patologia, a enxaqueca com aura. Vale destacar que existem ainda outras formas de auras, as sensoriais e motoras – elas causam, por exemplo, formigamento ou dormência em uma ou mais partes do corpo, dificuldade em falar e ouvir e confusão mental.

“A maioria das pessoas têm a enxaqueca clássica, apenas de 15% a 20% apresentam a com aura, e a visual atinge 90% delas”, comenta Fabio Porto, neurologista do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP).

É o caso da bancária Geórgia Namer, de 41 anos. “Acho que tenho enxaqueca desde que nasci. Minha mãe também tem, e nas primeiras vezes em que falei para ela que estava com dor cabeça e ‘vendo coisas brilhando’, quando ainda era bem pequena, ela achou que eu a estava imitando, mas infelizmente era verdade. Sofro com essa doença a vida toda.”

Geórgia Namer
Direito de imagem: ARQUIVO PESSOAL

A bancária Geórgia Namer tem episódios de enxaqueca desde a infância

Moradora da Bahia e mãe de dois meninos, um de 18 anos e outro de três, ela conta que a manifestação da sua aura se dá por meio de vista embaçada e, na sequência, pequenos pontos brilhantes, que vão crescendo até tomar conta de metade do olho.

“Na infância isso acontecia duas ou três vezes por mês, e os professores até me liberavam da aula, pois sabiam que eu ficava bem mal. Na adolescência e no início da fase adulta passou para duas vezes por semana”, relata.

Na busca por se livrar do problema ou ao menos diminuir o número de crises, Geórgia procurou diversos médicos e fez uma série de tratamentos, inclusive os preventivos, mas sem muito sucesso.

“Tomei tudo quanto é tipo de remédio, antihipertensivos, antidepressivos, anticonvulsivante, analgésicos… Eles adiantavam por alguns meses, mas depois voltava tudo, e nem adiantava aumentar a dosagem. Só fiquei livre da enxaqueca durante as minhas duas gravidezes, acho que por causa dos hormônios”, diz.

Após o nascimento do segundo filho, sua situação piorou, já que as dores de cabeça se tornaram diárias, e as idas ao hospital mais frequentes. “Eu já acordava mal, e passava o dia à base de medicamentos para poder trabalhar. Nessa época também comecei a sentir tontura e suava frio. Cheguei num ponto em que não aguentava mais, estava desesperada”, recorda.

Após muitas pesquisas, a bancária conheceu os livros do médico Alexandre Feldman, especialista no assunto, e o programa aplicado por Daniela Miguel, coach de enxaqueca. “Comecei a seguir os que eles recomendavam. Mudei, por exemplo, meus hábitos alimentares. Parei de tomar café e cortei o açúcar. Com isso, a intensidade da dor diminui e as crises caíram para oito por mês, mais ou menos, e só uma é com aura. Ainda não tenho a vida que desejo, mas estou no caminho certo. Agora tenho esperança”, completa.

Nilceya Silveira de Carvalho
Direito de imagem: ARQUIVO PESSOAL
Há 15 anos Nilceya sofre de crises de enxaqueca com aura

Quem também sofre com esse problema é a aposentada Nilceya Silveira de Carvalho, de 65 anos. “Minha primeira crise já foi com aura, por volta dos 40 anos, e desde então é sempre igual. Vejo um pequeno raio, e ele se expande até eu não enxergar mais nada. Depois de alguns minutos é que vem a dor de cabeça, e bem forte.”

Apesar de ter perdido as contas de quantos médicos procurou e de quantos tratamentos já tentou, ela diz que até hoje não sabe o que causa a enxaqueca e também nunca foi informada sobre a aura. “Descobri o que era assistindo televisão.”

Nestes 25 anos convivendo com a doença, Nilceya tem épocas de melhora e piora. Atualmente, diz que os episódios diminuíram bastante. “Fico dois, três meses sem nada, aí volta e tenho três ou quatro na mesma semana. O que não posso é ficar sem remédio. Levo para todo lugar que vou, porque nunca sei o que vai acontecer.”

Enxaqueca com aura visual

Também chamada de oftalmológica ou ocular, a enxaqueca com aura não tem nada a ver com a visão. Na verdade, assim como a clássica, ela está totalmente relacionada com o cérebro.

De acordo com Danilo Andriatti Paulo, especialista em neuro-oftalmologia do H. Olhos – Hospital de Olhos – , é comum os pacientes com enxaqueca procurarem primeiro um oftalmologista por conta dos sinais visuais gerados pela enfermidade.

“Até existem algumas doenças com sintomas parecidos, como descolamento de retina, então temos de descartar todas as possibilidades antes de encaminhar o paciente para o neurologista”, analisa.

Mulher com dor de cabeçaDireito de imagem: GETTY IMAGES
Enxaqueca com aura não tem nada a ver com a visão, mas está ligada ao
cérebro

 

Mas o que é exatamente a enxaqueca com aura? Como explica Fabio Porto, da FMUSP, a enxaqueca em si é uma doença crônica, cuja principal características é dor de cabeça forte, normalmente pulsátil. Suas causas ainda não totalmente conhecidas, mas sabe-se que ocorre um desequilíbrio bioquímico no cérebro, associado a predisposição genética e fatores ambientais e comportamentais.

Já a aura é um fenômeno neurológico que ocorre antes – é o mais comum, daí ser conhecida como “premonição” -, durante ou até depois do aparecimento da dor.

“O que acontece, neste caso, é uma alteração elétrica no cérebro, correlacionada com a depressão alastrante de leão (onda de intensa atividade nervosa celular que se espalha pela camada externa do cérebro, o córtex). E ninguém sabe ainda porque algumas pessoas têm e outras não”, informa o médico.

Os distúrbios da visão, além das formas como citamos no início desta reportagem, pode causar ponto cego (escotoma), perda temporária da capacidade de enxergar e falta de foco. E isso pode ocorrer em um ou nos dois olhos, muitas vezes até com eles fechados.

Pessoa dormindoDireito de imagem: GETTY IMAGES
Dormir bem pode ajudar a evitar crises de enxaqueca

Prevenção e tratamento

Para evitar a enxaqueca com aura as recomendações são as mesmas da enxaqueca clássica: descobrir os fatores desencadeantes, dormir bem – nem de mais e nem de menos -, evitar o estresse, ter uma alimentação saudável e equilibrada, não ficar muitas horas em jejum, praticar atividade física regularmente e se manter hidratado.

É preciso salientar que diversos estudos mostram que este tipo de enxaqueca é um fator de risco para o acidente cerebral vascular (AVC). Por isso, segundo a Sociedade Brasileira de Cefaleia, é imprescindível que seus portadores parem de fumar e, as mulheres, suspendam o uso de anticoncepcionais hormonais combinados, que contenham estrógeno e progestágeno – eles reduzem as proteínas no sangue que protegem do derrame.

No mais, é fundamental buscar a ajuda de um especialista, a fim de que ele determine o melhor tratamento para o problema e indique os medicamentos necessários.

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Ômega 3: saiba se você precisa mesmo suplementar e seus reais benefícios

O que é ômega 3?

Ele é definido como um lipídio da família das gorduras poli-insaturadas – as mais saudáveis. Como o nosso organismo não consegue formar este tipo de ácido graxo, precisamos garantir a sua ingestão por meio dos alimentos.

Existem três tipos dele:

Ácido docosahexaenoico (DHA): encontrado principalmente nos peixes de águas geladas;

Ácido eicosapentaenoico (EPA): contido nos peixes;

Ácido Alfa-Linolênico (ALA): gordura de fonte vegetal encontrada na linhaça, chia e oleaginosas (castanhas), além de algas. Embora esta variedade possa ser convertida nos dois primeiros, estes são os mais indicados.

Ácido estearidônico: presentes nos óleos de prímula, borragem, echium – somentes disponíveis em forma de suplemento.

Benefícios do ômega 3

O principal benefício do ômega 3 é sua ação anti-inflamatória. O estilo de vida moderno, ou seja, o estresse, a exposição a poluentes e agrotóxicos, a falta de atividade física, somado a uma dieta desequilibrada facilitam os processos inflamatórios. Como muitas doenças crônicas decorrem desse quadro, essa gordura é potencialmente benéfica para preveni-las.

Baixos índices do nutriente no organismo foram relacionados a enfermidades cardiovasculares alguns tipos de câncer, artrite reumatoide, doenças degenerativas, doenças oculares como degeneração macular relacionada à idade (DMRI) e olho seco, entre outras.

As últimas descobertas da ciência

Uma pesquisa realizada pelo Instituto de Saúde dos Estados Unidos (National Health Interview Survey), em 2012, concluiu que o ômega 3 era o suplemento mais consumido no país – por adultos e crianças.

A razão de tanto sucesso eram os primeiros estudos científicos que o declararam protetor do coração, anticâncer e anti-inflamatório, além de promotor da saúde mental, cerebral e ocular.

Com tantos benefícios, rapidamente o suplemento se tornou um elixir da vida longa e saudável. Porém, em julho de 2018, o respeitável grupo Cochrane, formado por pesquisadores que avaliam evidências científicas, publicou os resultados da observação de cerca de 80 estudos sobre os efeitos do ômega 3 para a saúde cardiovascular, envolvendo 112.000 pessoas.

Confira as principais conclusões:

  • Consumir cápsulas de ômega 3 não reduz doenças do coração, Acidente Vascular Cerebral (AVC) ou morte por essas causas;
  • Embora o ômega possa reduzir os triglicérides (e você deve falar com seu cardiologista, caso deseja usá-lo), ele não é útil para prevenir doenças do coração e circulatórias;
  • O consumo de peixes e fontes vegetais de ômega 3 é eficaz na prevenção de alguns casos de doenças cardiovasculares.

Em novembro de 2018, outros dois estudos confirmaram tais conclusões, e trouxeram novas contribuições:

  • Para pessoas que não comem peixes, seja por gosto pessoal, seja por serem vegetarianas ou veganas, a suplementação pode ser benéfica e protetiva das doenças cardiovasculares;
  • Quanto à prevenção do câncer, não se vislumbrou redução do risco dele – embora em outras pesquisas anteriores dietas ricas nesse tipo de gordura ou suplementação pareçam ser benéficas.

O que isso muda na sua vida?

O ômega 3 continua sendo importante em razão de suas propriedades. Entretanto, a melhor forma de garantir o consumo de ômega 3 é incluir no cardápio suas várias fontes naturais. Por isso, não confunda suplemento com alimento.

Todos os médicos de diferentes especialidades e nutricionistas consultados nesta reportagem foram unânimes: como ainda é um mistério a forma como os alimentos e suas moléculas funcionam no seu organismo, a suplementação só deve ocorrer com a orientação de um especialista.

Somente esses profissionais sabem avaliar se o uso do suplemento pode mesmo ajudá-lo e, sobretudo, qual seria a dose indicada para você e a sua específica condição de saúde. O ômega 3 não deve ser visto como uma solução mágica que vai prevenir ou tratar todas as doenças.

O que a ciência sabe, até o momento, é que atitudes saudáveis como a prática de atividade física, boas horas de sono, alimentação equilibrada (e o mais natural e caseira possível), além do gerenciamento do estresse, da saúde emocional e lazer trabalham juntos e funcionam (estes, sim!) como um remédio preventivo para a maioria das doenças crônicas.

O único problema é que isso não é vendido em cápsulas – você precisa colocar a mão na massa e se dedicar ao autocuidado.

Onde encontrar o ômega 3

A principal e maior fonte de ômega 3 é o óleo de peixes de águas profundas e geladas. As espécies mais fáceis de encontrar por aqui são:

  • Sardinha (se decidir usar o produto em lata, prefira a versão em água)
  • Pescada;
  • Corvina;
  • Anchova;
  • Salmão (selvagem);
  • Atum (se decidir usar o produto em lata, prefira a versão em água);
  • Caranguejo.

Confira as fontes de origem vegetal:

  • Linhaça (semente e óleo);
  • Chia;
  • Oleaginosas (nozes e castanhas).
  • Alimentos enriquecidos.

Você encontrará nas prateleiras do supermercado produtos como sucos, margarinas, iogurtes e até ovos com essa característica. Não há restrição para esses alimentos, mas é preciso lembrar que eles não devem ser a única fonte de ômega 3 da sua dieta. Alimentos enriquecidos ajudam na estratégia de ter mais opções dessa gordura disponíveis no seu cardápio.

Quanto você precisa consumir

Oficialmente não há uma indicação específica para o consumo de ômega 3. Assim, os especialistas seguem a regra geral ditada pela OMS (Organização Mundial da Saúde), dirigida à prevenção de doenças crônicas relacionadas a dietas: 1 a 2 porções de peixe por semana. Cada porção equivale a 1 filé de peixe do tamanho da sua mão aberta.

E se você não gosta de peixe ou é vegetariano…

…a indicação é que você consuma diariamente chia ou linhaça pulverizadas sobre salada de frutas ou iogurte, ou mesmo por meio de um sagu de chia (leite de coco ou suco de uva misturados com a semente), além de incluir em seus lanches diários oleaginosas (castanha-do-Pará, nozes, macadâmia) – cada porção delas deve ter 30 g, o equivalente à sua mão fechada.

Sinais de deficiência de ômega 3

Embora uma análise do plasma sanguíneo e de tecidos possam indicar a deficiência de ômega 3 em laboratório, ainda não existe um valor de referência que indique sua normalidade. Contudo, alterações dermatológicas como dermatite, pele áspera e descamando podem indicar a falta desse nutriente, segundo dados da Academia Nacional de Medicina dos Estados Unidos.

Quando é preciso suplementar?

Seja nas farmácias, no supermercado, e nas vendas online ou na TV, a variedade e disponibilidade de suplementos de ômega 3 são grandes. O conselho dos especialistas consultados nesta reportagem é que a escolha deles não deve ser feita por impulso. A razão para isso é que cada produto tem sua determinada formulação e qualidade e, a depender das suas necessidades, é preciso saber qual seria a melhor opção para você.

Como não existe uma indicação que seja universal para todo mundo, um médico ou nutricionista podem ajudá-lo nessa avaliação.

Segurança e efeitos colaterais

Informações do Escritório de Suplementos Dietéticos do Instituto de Saúde dos Estados Unidos revelam que o suplemento é, em geral, bem tolerado, mas o consumo de altas doses de ômega 3, por longo espaço de tempo, podem reduzir as respostas do sistema imunológico às inflamações e ainda levar a sangramentos.

Outros efeitos colaterais descritos pela literatura médica são:

  • Mau hálito;
  • Suor com odor;
  • Dor de cabeça;
  • Sintomas gastrointestinais (azia, náusea, diarreia).

Atenção à interação medicamentosa

Se você toma algum tipo de remédio diariamente, fale com seu médico antes de começar a usar um suplemento de ômega 3 à base de óleo de peixe. Isso porque há risco de interação medicamentosa, isto é, o efeito da sua medicação pode ser alterado pela suplementação.

Um dos exemplos é o anticoagulante: suplementos de ômega 3 podem afetar o tempo de coagulação e levar a sangramento. Nem todas as pessoas terão esse efeito, mas é preciso avisar seu médico, especialmente se tem usado as cápsulas por conta própria.

Ômega 3 e ômega 6 são iguais?

A resposta é não. A humanidade evoluiu graças ao perfeito balanceamento entre esses dois tipos de gordura. Enquanto o ômega 3 tem efeito anti-inflamatório, o ômega 6 é o seu contrário. E você encontra esse tipo de gordura em todos os alimentos, e até em alguns suplementos de ômega 3 de pouca qualidade.

O resultado desse desequilíbrio é que ter muito ômega 6 circulando no corpo, anula os efeitos benéficos do ômega 3 – ou seja, você aumenta o risco para doenças cardiovasculares, inflamatórias e autoimunes, e mesmo câncer.

Para garantir o máximo proveito dos efeitos do ômega 3, reduza o quanto possível os ultraprocessados de sua dieta e priorize as fontes naturais do nutriente, vegetais ou não.

Fontes: Gisele Pontaroli Raymundo, professora do curso de Nutrição da PUCPR (Pontifícia Universidade Católica do Paraná); Renato Jorge Alves, Chefe do Serviço de Cardiologia e fundador-coordenador do Laboratório de Lípedes da Santa Casa de Misericórdia de São Paulo; Denise de Freitas, Professora Adjunta Livre Docente do Departamento de Oftalmologia e Ciências Visuais da Escola Paulista de Medicina, Hospital São Paulo, Unifesp (Universidade Federal de São Paulo);Licia Maria Henrique da Mota, presidente da comissão de Artrite Reumatoide da SBR (Sociedade Brasileira de Reumatologia); Marcela Voris, médica nutróloga porta-voz da Abran (Associação Brasileira de Nutrologia); Fábio Porto, neurologista do IPq-HCFMUSP (Instituto de Psiquiatria do Hospital das Clínicas da Universidade de São Paulo); Adriana Kachani, nutricionista do IPq-HCFMUSP, mestre e doutora em nutrição pela USP. Com Informações de: BDA – The Association of UK Dietitians; Academy of Nutrition and Dietetics; National Institutes of Health – Office of Dietery Supplements.

Revisão técnica: Gisele Pontaroli Raymundo e Renato Jorge Alves.

Referências: Tummala R1, Ghosh RK et alli. Fish Oil And Cardiometabolic Diseases: Recent Updates And Controversies. Am J Med. 2019 May pii: S0002-9343(19)30392-4.

Asmaa S Abdelhamid et alli. Omega?3 fatty acids for the primary and secondary prevention of cardiovascular disease. Cochrane Systematic Review – Intervention Version published: 30 November 2018. https://doi.org/10.1002/14651858.CD003177.pub4.JoAnn E. Manson, M.D., Dr.P.H., Nancy R. Cook, Sc.D., I-Min Lee, M.B., B.S., Sc.D., et alli. For the VITAL Research Group. N Engl J Med 2019; 380:23-32. The Dry Eye Assessment and Management Study Research Group. n?3 Fatty Acid Supplementation for the Treatment of Dry Eye Disease. The Dry Eye Assessment and Management Study Research Group. N Engl J Med 2018; 378:1681-1690.

Créditos: Cristina Almeida – Colaboração para o UOL VivaBem

Ciência explica como funciona o cérebro dos apaixonados


Há quem considere o amor algo inexplicável, mas a ciência tentou mostrar como funciona o cérebro das pessoas apaixonadas e o que pode levar casais com muitos anos de diferença a se atraírem.

Créditos: Band Entretenimento

Dia Mundial sem Tabaco: 7 milhões morrem por ano devido ao cigarro

Nesta sexta-feira (31), Dia Mundial sem Tabaco, a Organização Mundial da Saúde faz um alerta sobre os danos causados pelo cigarro. De acordo com a OMS, sete milhões de pessoas morrem por ano por causa do tabagismo.

Créditos: REDETV

O lado B de ser sensível e o que fazer para não sofrer tanto com isso

Homem algum é uma ilha. A frase, atribuída ao escritor inglês John Donne, revela que o isolamento faz mal porque é da natureza humana viver em comunidade. Afinal, foi a partir desta que os humanos evoluíram e tiveram maiores chances de prosperar. Escrita há mais de 500 anos, essa máxima continua atual, mas não contemplou um ponto importante: lidar com os outros pode ser um desafio imenso, especialmente para pessoas muito sensíveis.

Há mais de duas décadas, dois psicólogos americanos, Elaine N. Aron e Arthur Aron, observaram que 15% a 20% da população apresentam um perfil de alta sensibilidade ambiental. Para eles, esses indivíduos podem ser definidos como pessoas altamente sensíveis (PAS). A partir da análise de determinadas características, o casal concluiu que ser tão vulnerável pode revelar uma predisposição genética à hipervigilância.

Em razão desse estado de alerta, as PAS respondem de forma exagerada a todo tipo de estímulo. Barulhos, conversas, mudanças de temperatura, pessoas, odores, a crítica do chefe ou mesmo um post no Instagram podem se tornar tão incômodos e desagradáveis que levam a alterações de humor e até mesmo à mudança de ambiente.

A jornalista Silvia Martins, de São Paulo, conta que, no trabalho, basta uma conversa, um telefone tocar ou um ruído na rua para que ela seja afetada. “Isso incomoda, dá dor de cabeça e a sensação que tenho é a de que estou doente. Não consigo trabalhar nem fazer coisas que gostaria só para evitar pegar o metrô ou estar no meio das pessoas em um show”, diz. O fato é que essa reação emocional tem outro lado: ela é sempre vista pelos outros como desproporcional e isso cria um ruído nas relações.

Um conceito dinâmico.

Segundo os psicólogos americanos, a mecânica por trás desse comportamento seria o fato de que o Sistema Nervoso Central (SNC) absorve, processa e organiza as informações de forma diferente. Contudo, a comunidade científica questionou essa teoria, sobretudo porque ela bate de frente com aquilo que se considera ser sensível: esta forma de ser não admite uma definição estática. Ao contrário, seu conceito é dinâmico e varia, a depender de uma série de diferentes fatores individuais.

Na verdade, a nossa personalidade se desenvolve a partir de fatores biológicos (temperamento) –que herdamos de nossos pais — e ambientais (caráter), que atuam sobre a nossa biologia fazendo que essas características sejam exacerbadas ou atenuadas. A partir desses fundamentos é que nossa personalidade se moldará de forma mais introspectiva ou extrovertida, e nos tornaremos mais ou menos vulneráveis aos desafios da vida.

Nas pessoas extremamente sensíveis, “o que está sempre presente é uma grande insegurança e até mesmo uma ansiedade, cujas raízes se fincam nas experiências da infância”, diz Yuri Busin, psicólogo especializado em Neurociência do Comportamento e diretor do CASME (Centro de Atenção à Saúde Mental – Equilíbrio). Aliás, o casal Aron afirma que as PAS, quando crianças, nunca passaram desapercebidas e, em algum momento, foram definidas por pais, professores e familiares como “diferentes” e “sensíveis”.

Sensível demais: como lidar.

O casal Aron afirma que quando uma pessoa se identifica como sendo uma PAS, ela necessita trabalhar quatro situações específicas: autoconhecimento, ressignificação (dos fatos do passado), “cura” e estratégias de proteção e prevenção. Veja as dicas dos psicólogos consultados nesta matéria que você pode adotar a partir de hoje para minimizar os efeitos negativos de ser sensível demais:

– Libere-se do preconceito Saúde mental não é o oposto de loucura. Caso sinta que precisa de ajuda, procure um profissional. Um psicólogo pode guiá-lo na identificação dos aspectos que estão atrapalhando a sua qualidade de vida. Há serviços de psicologia até no SUS (Sistema Único de Saúde), e o CFP (Conselho Federal de Psicologia) dispõe de um cadastro de psicólogos que fazem atendimento on-line no site https://e-psi.cfp.org.br/. Isso para o caso de o acesso a esses profissionais ser mais difícil para você;

– Foque no presente Umas das ferramentas utilizadas pela TCC (Terapia Cognitivo Comportamental) é a prática do Mindfulness. A técnica estimula a focar no momento presente, direcionando a atenção no que está acontecendo agora, e deixando de lado os pensamentos e as emoções desordenadas;

– Desenvolva habilidades interpessoais O autoconhecimento tem também como benefício o aprendizado necessário para ter e manter relacionamentos mais estáveis e respeitosos;

– Trabalhe as emoções Ao saber como reconhecer suas emoções, você será capaz de controlar as respostas aos estímulos exteriores;

– Aprenda a lidar com a dor e o sofrimento Estresse, frustrações, perdas e dor fazem parte da vida. Ninguém é aprovado o tempo todo, ninguém é aceito o tempo todo. Aceitar as coisas como elas são reduz a carga emocional dos acontecimentos do cotidiano.

O lado B da sensibilidade.

Ser sensível permite perceber de uma maneira intensa as boas coisas da vida, mas vivenciar as situações e sentimentos de forma exagerada gera uma situação de instabilidade comportamental, interpessoal e cognitiva, o que pode ser causa de muito sofrimento.

O neurologista Fábio Porto, do IPq-HCFMUSP (Instituto de Psiquiatria do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo), alerta que é importante não desprezar esse tipo de manifestação. “Isso porque essa hiperreatividade emocional pode não ser apenas um aspecto de determinado temperamento, mas relacionar-se a problemas nas funções reguladoras dos sistemas cerebrais”. Ele se refere, especificamente, a um dos sintomas do Transtorno de Personalidade Borderline (TPB).

Será que sou borderline?

“Essa é uma hipótese possível. Contudo, tal tese não pode se fundamentar em apenas um sinal”, observa Wilson Vieira Melo, doutor em psicologia e presidente da FBTC (Federação Brasileira de Terapias Cognitivas). O especialista acrescenta que somente um psiquiatra ou psicólogo podem avaliar se este é o caso, especialmente porque outros sintomas do TPB devem ser investigados. Confira alguns deles a seguir:

  • Instabilidade nos relacionamentos;
  • Extremos de idealização e desvalorização;
  • Problemas com a autoimagem;
  • Medo do abandono e da rejeição por parte de parceiros, familiares amigos;
  • Impulsividade;
  • Comportamentos mutilatórios ou parassuicidas;
  • Sentimento crônico de vazio;
  • Pensamentos paranoides ou persecutórios transitórios;
  • Raiva intensa aflorada etc.

Fonte: Fontes: Wilson Vieira Melo, presidente da FBTC (Federação Brasileira de Terapias Cognitivas) e doutor em Psicologia pela UFRS (Universidade Federal do Rio Grande do Sul), com estágio na Universidade de Virgínia (EUA); Yuri Busin, psicólogo, doutor em Neurociência do Comportamento pela Universidade Presbiteriana Mackenzie e Diretor do Centro de Atenção à Saúde Mental – Equilíbrio (CASME); Fábio Porto, neurologista do IPq-HCFMUSP (Instituto de Psiquiatria do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo). Revisão técnica: Wilson Vieira Melo. Com informações de: The Highly Sensitive Person, de Elaine N. Aron (Ed. Broadway); Hedda B. Wyller et alli. The relationship between sensory processing sensitivity and psychological distress: A model of underpinning mechanisms and an analysis of therapeutic possibilities. Scand Psychologist. 2017.

Créditos: Cristina Almeida – Colaboração para o UOL VivaBem