Artigo: Tipos e características de anestesia

mão com luva segurando uma seringa

(Imagem: Pxhere)

Desde a antiguidade, a necessidade de procedimentos cirúrgicos sempre foi presente na evolução da medicina, sendo necessária a criação de técnicas anestésicas para o alívio da dor, há registros delas desde o Egito antigo. Em 1842, foi utilizado o éter etílico nas primeiras anestesias dos tempos modernos. A anestesia moderna não serve apenas para proporcionar ausência e alívio da dor, mas sim possibilitar qualquer tratamento cirúrgico independentemente do estado de saúde do paciente.

A função do anestesista, além de manter condições propícias para o procedimento cirúrgico, é de observar e manter as funções vitais do paciente. Durante a anestesia, o paciente tem suas funções vitais monitoradas durante todo o procedimento, podendo ou não utilizar aparelhos que auxiliem na ventilação. Verifica-se a respiração, pressão, frequência cardíaca, nível de consciência e saturação de oxigênio. Com o avanço das técnicas anestésicas, novos medicamentos e melhoria na monitorização dos sinais vitais, houve um aumento na segurança dos procedimentos cirúrgicos, contudo, todo procedimento contém riscos que devem ser bem avaliados e discutidos com os médicos da equipe.

O tema assusta bastante em razão dos riscos aos quais se dispõe a pessoa anestesiada, por isso uma boa consulta pré-anestésica ajuda a minimizá-los. O paciente precisa informar ao anestesista doenças prévias, medicação em uso contínuo, alergias, realizar jejum antes do procedimento e exames pré-operatórios, como de sangue, de imagem, eletrocardiograma, raio-x etc. Em certas ocasiões, há necessidade de avaliação de um especialista clínico, como por exemplo, cardiologista ou pneumologista.

Existem diferentes tipos de anestesia:

Sedação – Nesta técnica o paciente recebe anestésicos que aliviam a ansiedade, podendo ou não o deixar dormindo, mantendo suas funções orgânicas como respiração e nível de consciência. Técnica normalmente combinada com a anestesia local e regional.

Local – A anestesia local é utilizada para procedimentos mais simples, muitas vezes sem a necessidade de um médico anestesista. É a injeção de anestésico local para bloquear pequenas áreas que se tornam insensíveis. A duração depende da quantidade e da substância aplicada, podendo ser repetida durante o procedimento, respeitando a dose tóxica do anestésico.

Regional – As mais famosas anestesias regionais são a peridural e a raqui, existindo também os bloqueios de plexos. A peridural e a raqui são aplicadas na coluna, enquanto os bloqueios de plexos são aplicados em nervos periféricos, geralmente em braços e pernas. A aplicação não retira a consciência e normalmente não pode ser repetida durante o procedimento cirúrgico. A duração depende do anestésico e da dose utilizada.

Geral – Técnica anestésica que retira totalmente a consciência e a respiração espontânea. São aplicados anestésicos de forma contínua sem tempo limite, que relaxam os músculos e eliminam a dor. Utilizada para qualquer procedimento cirúrgico.

Texto: Dr. Fabricio Maki Kawasaki – Anestesiologista/Acupunturista – Faculdade de Medicina da Santa Casa de São Paulo – Especialização FMUSP