Dificuldades para aprender a ler, escrever e realizar cálculos surgem nos primeiros anos da alfabetização. Todavia, na fase pré-escolar, algumas dificuldades podem sinalizar que algo não está se desenvolvendo como o esperado e que aquela criança poderá ter problemas para aprender.
Durante os anos iniciais da alfabetização, observa-se que são crianças que apresentam um desempenho abaixo do esperado para a idade. Além disso, estas alterações prejudicam significativamente não só o rendimento escolar, mas também podem afetar as atividades do dia a dia que dependem destas habilidades.
Estas dificuldades podem indicar um Transtorno de aprendizagem específico da leitura, popularmente conhecido como Dislexia, Transtorno de aprendizagem específico da expressão escrita (Disortografia e/ou Disgrafia) e/ou Transtorno de aprendizagem específico da matemática (Discalculia).
Tais quadros são mais persistentes e necessitam de um suporte curricular mais intenso, ou seja, adaptações e medidas inclusivas.
No Transtorno de aprendizagem específico da leitura, podem ser observadas uma leitura de palavras de forma imprecisa, lenta e com esforço. A criança tem dificuldade para compreender o sentido do que é lido.
No Transtorno de aprendizagem específico da expressão escrita, a criança tem dificuldades para ortografar: adiciona, omiti ou substitui vogais ou consoantes; apresenta erros de gramática, erros de pontuação nas frases, organização inadequada de parágrafos e ideias sem clareza.
Já o Transtorno de aprendizagem específico da matemática, ocorre uma dificuldade para fatos numéricos, ou cálculo, dificuldade no raciocínio matemático (aplicar conceitos e operações para solucionar problemas).
Esses quadros são avaliados por um conjunto de profissionais, que, em geral são, neurologistas, fonoaudiólogos, psicopedagogos, neuropsicológicos conforme as habilidades defasadas.
Um diagnóstico precoce é importante para implementar intervenções rapidamente e favorecer o processo de ensino e aprendizagem. Além disso, estas dificuldades podem interferir na auto estima da criança, sua motivação e nas interações sociais.
Apesar das intervenções, dependendo da gravidade, as dificuldades podem persistir até a idade adulta.
(Texto de Alessandra Shenandoa Heluani – Psicóloga e Neuropsicóloga/ Mestra em Ciências pela FMUSP).