Neuromodulação é o termo utilizado para descrever o processo de modificar a atividade de estruturas do sistema nervoso tanto periférico com central. Pode ser feita de diversas formas como por meio de estímulos elétricos, magnéticos, químicos ou farmacológicos, com o objetivo de alterar o funcionamento dos neurônios e das redes neurais. Essa técnica é utilizada tanto na pesquisa científica quanto no tratamento de diversas condições neurológicas e psiquiátricas, como dor crônica, epilepsia, depressão e Doença de Parkinson.
Existem várias formas de neuromodulação. Elas são agrupadas, de forma geral, em invasivas e não-invasivas.
A neuromodulação invasiva refere-se a técnicas que envolvem o implante de dispositivos ou eletrodos em alvos anatômicos específicos para alterar ou regular a atividade do sistema nervoso. Geralmente, é utilizada para tratar condições neurológicas que não respondem a tratamentos convencionais, oferecendo uma alternativa para melhorar os sintomas e a qualidade de vida dos pacientes. As principais formas de neuromodulação invasiva incluem:
1. Estimulação Cerebral Profunda (DBS): Consiste no implante de eletrodos profundamente no cérebro, conectados a um dispositivo que gera impulsos elétricos para estimular ou inibir regiões específicas. DBS é frequentemente usado para tratar Parkinson, distonia, tremor essencial, dor crônica e transtornos psiquiátricos como o TOC.
2. Estimulação da Medula Espinhal: Eletrodos são implantados próximos à medula espinhal, gerando impulsos elétricos que modificam o funcionamento das redes neurais. Esta técnica é comumente usada para tratar dor crônica, especialmente em casos de dor neuropática e síndrome do insucesso da cirurgia de coluna vertebral.
3. Estimulação do Nervo Vago (VNS): Consiste em implantar um dispositivo que estimula o nervo vago para tratar epilepsia e depressão refratária. A estimulação do nervo vago pode regular os circuitos neuronais envolvidos no controle do humor e nas crises epilépticas.
4. Estimulação do Nervo Periférico: Envolve a estimulação de nervos específicos para tratar dor crônica e outras condições neurológicas. O dispositivo é implantado cirurgicamente para estimular o nervo-alvo e aliviar os sintomas.
5. Estimulação do Gânglio da Raiz Dorsal: Indicada principalmente para o tratamento da dor crônica, especialmente dor neuropática localizada. Os gânglios da raiz dorsal, estruturas localizadas nas raízes dorsais dos nervos espinhais, desempenham um papel fundamental na transmissão da dor e de outros estímulos sensitivos. O implante de eletrodos nessa região visa modificar a transmissão dos sinais de dor antes que eles alcancem a medula espinhal e o cérebro. Entre as principais indicações estão neuralgia
pós-herpética e síndrome dolorosa complexa regional.
A neuromodulação não invasiva refere-se a técnicas de estimulação do sistema nervoso que não requerem cirurgias ou a implantação de dispositivos dentro do corpo. Essas técnicas são geralmente utilizadas para modular a atividade cerebral ou medular e têm aplicações em diversos contextos terapêuticos e de pesquisa. As principais formas de neuromodulação não invasiva incluem:
1. Estimulação Magnética Transcraniana (TMS): Utiliza campos magnéticos para induzir correntes elétricas no cérebro, estimulando ou inibindo a atividade neural em regiões específicas. TMS é usada no tratamento de depressão refratária, dor crônica, reabilitação motora, enxaqueca, entre outras condições.
2. Estimulação Transcraniana por Corrente Contínua (tDCS): Aplica uma corrente elétrica fraca através do couro cabeludo para aumentar ou diminuir a excitabilidade dos neurônios em áreas específicas do cérebro. É usada em casos de reabilitação motora e depressão.
3. Estimulação Transcraniana por Corrente Alternada (tACS): Semelhante ao tDCS, mas utiliza uma corrente alternada em vez de contínua, sendo utilizada para sincronizar a atividade cerebral em diferentes frequências.
4. Estimulação do Nervo Vago (VNS) Não Invasiva: Estimula o nervo vago usando um dispositivo colocado na pele, geralmente no pescoço. Pode ser usada para tratar epilepsia e depressão.
5. Estimulação Nervosa Periférica (PNS): é uma técnica de neuromodulação utilizada para tratar dores crônica ou melhorar a função neuromuscular através da aplicação de impulsos elétricos em nervos periféricos. Eletrodos são colocados próximos ao nervo periférico-alvo e conectados a um gerador de pulsos elétricos determinando a modulação da atividade do nervo, bloqueando ou alterando dos estímulos dolorosos ou estimulando a contração muscular.
A Clínica Everest tem profissionais altamente especializados na técnica de Neuromodulação Invasiva e Não Invasiva.